30 agosto 2006

Scapes

No meio do programara humorístico, ela, desavisada, comenta:
- Já pensou que se você tivesse nascido anão, não seria metade da pessoa que é hoje?

22 agosto 2006

Late bloomers

- As curitibanas não envelhecem... elas ficam loiras.

16 agosto 2006

Falando em livros

Em um dia moroso no escritório, daqueles em que o chefe está viajando e a moçada aproveita para puxar o freio de mão, o papo vai, o papo vem, e a conversa acaba chegando no pior emprego do mundo. No brainstorm cada um foi dando sua versão, sendo que alguns se destacaram como: gandula de pingue-pongue, chapeiro de lanchonete fuleira, manobrista de carrinho de supermercado. A eleição acabou quando alguém sugeriu camareira de motel. Decisão unânime. Hors concours.

Lembrei desta história, verídica, quando procurava alguns livros em sebos de São Paulo. Vi uma mulher chegando com uns sete ou oito livros novos. O livreiro olhou todos e ofereceu 25 reais pelo conjunto. A moça, que parecia já habituada ao procedimento, pediu 30, e acabou ganhando. Ok, nenhum dos livros era realmente interessante, e a jóia da coroa era "A arte da política" do ex-presidente e ex-sociólogo FHC, que, convenhamos, não chega a empolgar. Ademais, é um livro que está sendo distribuido gratuitamete para clientes de uma grande concessionária "Carro do Povo", ou Volkswagen no original em alemão. O que me marcou desta história toda foi pensar que o livreiro vê livros como uma mercadoria qualquer, como uma oportunidade de ganhos. Certo, não sou ingênuo para desconsiderar que o livro, há centênios, é um negócio. Mas ali, vendo na cara, tive pena do livreiro. Ele não vê os ganhos com uma poesia do Quintana, uma análise do Foucault, um conto do Rosa. Ele não vê Diadorim, a rua dos cataventos, uma história da loucura. Ele vê "déizão em cada um e eu ganho quase cem contos".

Camareira de motel é dose. Mas particularmente acho que livreiro é mais torturante.

Animal Literal

Comemoremos! Os brasileiros não lemos menos de um livro por ano, conforme prega o senso comum. Os brasileiros lemos em média 1,8 livro por ano! Agora é científico. Menos mal. Se a gente lesse menos de um livro por ano, aí sim eu ficaria preocupado...

PS: A coisa anda tão braba que estou comemorando até quando vejo as pessoas no ônibus lendo "O código da Vinci".

14 agosto 2006

Sobretudo

Andando por sobre os cofres da Paulista, entre a pobreza e a lotação, o colega Júlio apontava:
- Para fazer o mal, para atirar lama, você tem que abaixar e pegar. Aí você também se sujou.

08 agosto 2006

A fuga do salutar

Três conversavam na beira do lago quando viram alguma coisa mergulhar. O mais empolgado exclamou:
- Era uma tartaruga!
O segundo não concordou:
- Era um jabuti!
- Não, era uma tar-ta-ru-ga!
- Claro que não! Era um jabuti!
- Bem, acho que a gente nunca vai saber. Existem vários tipos de tartaruga, que são todas da mesma família: tem o jabuti, a tartaruga-marinha, o cágado...
- Cágado?
- É! Com o acento no primeiro a. É um tipo de tartaruga menor. E tem também o salutar, que minha tia disse que é bom pra fazer simpatia. Você dá um salutar para a criança que tem bronquite, e espera o salutar fugir, que ele leva a bronquite embora.
- Leva embora a bronquite?
- Leva! Minha tia disse que deu para uma neta dela, e quando o salutar fugiu, levou a bronquite embora!
- Duvido!
- Sério, isso acontece.
E, virando-se para o terceiro que havia ficado quieto até então, perguntou:
- E você, acha que é possível?
E o quieto respondeu pensativo:
- Não sei. Mas fico imaginando como é que foge um salutar...