Entre a exuberância e a técnica, qual você escolhe? Essa pergunta singela esconde uma complexidade tamanha, que ainda não consegui uma resposta convincente. Resume, em si, uma das maiores contradições que nossa vã filosofia pode atingir.
Aplicando-a ao bom e velho esporte bretão, escolha: um time que dá espetáculo, levanta a galera, e joga bonito, mas não é tão eficiente, ou um time que não joga bonito, mas ganha tudo, nem que seja por um a zero?
Há influências históricas na questão, e creio que hoje a maioria apontaria a eficiência, pelo simples fato que o objetivo maior (o campeonato) é o que interessa no fim das contas. Mas há aqueles que acreditam que é mais gostoso ver seu time perder um campeonato dando show, a sagrar-se campeão jogando um futebol mecânico.
É possível fazer analogias diversas, pois a questão é, no fundo, uma metáfora da vida. Já vi, inclusive, colegas comparando loiras e morenas sob esta ótica, com resultados que contradizem suas predileções futebolísticas.
A melhor comparação veio, inesperadamente, da colega do divã, que acha mais legal a expectativa da torcida no estádio, o lamento do Uhhhh! geral quando a bola passa rente à trave, ao grito eufórico e definitivo do gol. Ou seja: o uhh! é o sexo tântrico, e o gooool! é a ejaculação.
E aí, qual você escolhe?