28 abril 2006

O elefante esquecido

Esqueceram um elefante no jardim. Tocaram a campainha e sumiram. O elefante não tinha nome. Elefantes não têm placas. Elefantes não explicam. O que poderia explicar um elefante no jardim?

21 abril 2006

V de veneta

Com a paciência de um criminoso ele esperou. Com a calma de um sádico planejou. Com a destreza de um acrobata ele feriu. Com a frieza do aço acabou. Com o vagar da noite partiu. Com o respeito dos santos rezou. Com a argúcia do vento sumiu.

16 abril 2006

Crônica de um coração inquebrantável

Ela partiu.

01 abril 2006

Prosas prosaicas

- Com licença, coração?
- Não, obrigado.
Os dois reponderam juntos. Mas não perceberam. Nada conseguia atrapalhar a pequena e enervante discussão dissimulada.
- Quando voltamos, tudo o que você conseguiu perguntar Arnaldo, era se ele era melhor de cama do que você! Isso é um absurdo! Mil coisas acontecendo, e você pensa só no sexo?
- Eu não penso só no sexo. Penso primeiro em sexo. É claro que eu também penso em outras coisas, lógico! Mas o que você queria que eu pensasse, que eu perguntasse? Que filmes ele assistia? O que você fazia domingo à tarde enquanto eu perdido por aí?
- Com licença, maminha?
- Não, obrigado.
- Eu vou querer uma pontinha. Bem passadinha. Isso! Obrigado.
- Tanta coisa que eu senti, e você só quer saber do sexo! Você é um desperdício Arnaldo! Um desperdício!
- Não começa, não começa! Se quer baixar o nível é só avisar. E pra começo de conversa, de quem foi o primeiro erro, hein, hein!? Quem cometeu o pecado original, hein?
- Com licença, costela?