Viagem ao interior do Brasil 2 - Sinais
Bom Jesus da Mata, Maranhão. Mais conhecida como Cem, pois está exatamente a cem quilômetros de Imperatriz, segunda maior cidade do Estado. Os habitantes fazem trocadilhos, dizendo que a cidade é Cem futuro, Cem vergonha, Cem nada.
Em um posto com os banheiros irrepreensívelmente limpos (custaram R$ 38 mil, segundo o dono, um velhinho de bigode que já desacreditou da vida), dois meninos vacilam por ali. Lucas, o menorzinho, diz que joga bola melhor que Gustavo, que é quatro anos mais velho, corpo esguiou nos seus quatorze anos.
Gustavo conta que conhece Imperatriz, mas não São Luiz, a capital, a uns 500 quilômetros de Cem. Tem só uma hora de aula por dia, pois está em época de provas. A escola fica "quase dois quilômetros" estrada abaixo. Lucas, quando crescer, quer ser grande, e Gustavo, por perguntar muito, quer ser jornalista.
Estava eu com outro jornalista, maranhanse, que emigrou para São Paulo com a cara e a coragem. Gustavo não imaginava que éramos jornalistas. Gustavo não imaginava que ali, justamente ali, estavam duas pessoas que nunca duvidariam que ele conseguiria. Perguntei ao colega se ele achava que um menino pobre do interior do Maranhão poderia se tornar um grande jornalista. Ele sorriu, e disse que esperava apenas o New York Times.
Piegas ou não, demos para as crianças dois pacotes de bolacha, e um livro de contos do Guy de Maupassant, de propriedade do jornaleiro Schwartz, que seguramente concordaria com a doação, caso fosse consultado. Autografamos o livro, com destaque para a frase "Nunca desista de seus sonhos, Gustavo".
Coincidências à parte, lembrei de uma frase da Margareth Mead, que encontrei por coincidência em um livro da Arendt:
"Never doubt that a small group of thoughtful, committed citizens can change the world. Indeed, it is the only thing that ever has."
"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos conscientes e engajados possa mudar o mundo. De fato, esta foi a única maneira de se conseguir isso até agora."
Em um posto com os banheiros irrepreensívelmente limpos (custaram R$ 38 mil, segundo o dono, um velhinho de bigode que já desacreditou da vida), dois meninos vacilam por ali. Lucas, o menorzinho, diz que joga bola melhor que Gustavo, que é quatro anos mais velho, corpo esguiou nos seus quatorze anos.
Gustavo conta que conhece Imperatriz, mas não São Luiz, a capital, a uns 500 quilômetros de Cem. Tem só uma hora de aula por dia, pois está em época de provas. A escola fica "quase dois quilômetros" estrada abaixo. Lucas, quando crescer, quer ser grande, e Gustavo, por perguntar muito, quer ser jornalista.
Estava eu com outro jornalista, maranhanse, que emigrou para São Paulo com a cara e a coragem. Gustavo não imaginava que éramos jornalistas. Gustavo não imaginava que ali, justamente ali, estavam duas pessoas que nunca duvidariam que ele conseguiria. Perguntei ao colega se ele achava que um menino pobre do interior do Maranhão poderia se tornar um grande jornalista. Ele sorriu, e disse que esperava apenas o New York Times.
Piegas ou não, demos para as crianças dois pacotes de bolacha, e um livro de contos do Guy de Maupassant, de propriedade do jornaleiro Schwartz, que seguramente concordaria com a doação, caso fosse consultado. Autografamos o livro, com destaque para a frase "Nunca desista de seus sonhos, Gustavo".
Coincidências à parte, lembrei de uma frase da Margareth Mead, que encontrei por coincidência em um livro da Arendt:
"Never doubt that a small group of thoughtful, committed citizens can change the world. Indeed, it is the only thing that ever has."
"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos conscientes e engajados possa mudar o mundo. De fato, esta foi a única maneira de se conseguir isso até agora."
1 Comments:
exato. por isso pedi apenas "um pouco menos" de vagabundagem! hehe..
bom ano pra ti, beijo grande!
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