18 novembro 2009

É uma fresta

Os meus desejos pedestres, seus delírios insanos, nossa culpa consciente. Vontade de fazer o bem, tentando mudar um roteiro que nunca termina. Nosso banquete móvel não é em Paris, mas não deixa de ser uma comemoração. Não nos perderemos na tradução, nem em nenhum dos 19 arrondissements. Talvez fiquemos para a temporada de espetáculos, ou fingiremos nos entediar com a demora para o inverno. Nada de visões que compensem a pobreza, falaremos de jazz, literatura barata, e do próximo bar a se embriagar. Vamos ler o Le Monde em algum café metido, e mentir para os amigos que somos vizinhos do Chico. Fugir nas datas festivas, para voltar só no fim de maio, com a primavera.

5 Comments:

Anonymous Mazza said...

Belo texto. A inspiração deve ter valido a pena muitíssimo.

4:47 PM  
Blogger Roger Dörl said...

e é meio uma farsa.

gosto especialmente de, no meio disso tudo, querer fazer o bem em um roteiro que nunca termina.

7:53 PM  
Blogger Roger Dörl said...

em tempo: a farsa, ou o ar afetado, é natural e indispensável ao roteiro.

só pra não deixar dúvidas.

5:54 PM  
Blogger Denise Sammarone said...

Não escreve muito, mas quando se mete a digitar é um deleite... Paris é mesmo uma festa, já diria Hemingway...

6:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não entendi muita coisa, mas gostei. Ficou bonito!

A.S.

10:28 PM  

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