10 agosto 2009

Sobre cartografias e oceanos

Sabe, Sabine, o romantismo se perdeu em algum lugar depois dos vinte e dois. O sexo fácil roubou o mistério, e o deleite termina em relações opacas. Não há termos inteiros, apenas meias verdades que mudam, e porque não, ora pois? Nunca poderíamos ter alcançado tudo o que queríamos para os trinta quando com quinze, mas ter chegado até aqui já está de bom tamanho. Sabe, Sabine, a vida não ter vindo com manual vai começar a te preocupar um dia. Mas não se preocupe porque isso passa.

Você começará a apreciar tardes de calor que te lembram praia, mesmo sendo a praia apenas uma distante lembrança há 80 km.
Talvez encontre alguém que saiba reconhecer seu bom gosto para escolher casacos, e se admirar com seus pequenos passos decididos. Sabe, Sabine, nem sempre isso acontece, mas quando chega a idade de perceber, já não faz diferença. Seria apenas uma mudança de estado, e movimento é sempre em relação a uma perspectiva, e não para.

Flui.

4 Comments:

Anonymous La Dame... said...

Bonito!
E bonito nome para uma filha...Sabine.

10:02 PM  
Blogger Denise Sammarone said...

Diga olá para primavera que o verão já acabou. Beijo.
PS: Finalmente o deleite de iniciar o texto com Sabe, Sabine... Amei!

12:02 PM  
Blogger Vizionario said...

Verdade seja dita, tanto o nome quanto a ideia do texto são oriundos de Pequenas verdades, verdade inteira, do colega do Mapa d'água (link abaixo).

Mas, de fato, fica bonito como nome de filha.

http://mapadagua.blogspot.com/2009/03/pequenas-verdades-verdade-inteira.html

8:32 PM  
Blogger Roger Dörl said...

aliás, não te contei, mas diferente da maioria dos nomes que eu uso em meus textos, "sabine" foi escolhido por uma razão bem específica e particular. o que é sinceramente irrelevante para os textos... haha... só porque estamos no assunto.

gosto mais do seu texto que do meu, sem falsa modéstia.

11:30 PM  

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