RIP
Ao passar ao lado do cemitério da Consolação, conversando com um amigo arquiteto, notei:
- Cara você já percebeu que os cemitérios sempre ficam nos lugares mais nobres da cidade?
- Pois é. Já percebeu que há divisões entre os lugares onde são enterrados os judeus e as outras pessoas?
Seguiu o ônibus e fui pensando em divisões, etnias e descanso eterno. A especulação imobiliária cobiça os terrenos, mas ninguém tem coragem de mexer, muito menos de propor, em voz alta, qualquer coisa. Depois de Poltergeist, mesmo não sendo cemitério indígena, poucos ousam. Concluímos que o descanso é eterno também porque nunca hão de construir nada sobre os túmulos. Respeito ancestral ou culpa do Spielberg? Ainda não decidi. O capital não tem antepassados, não tem compromissos éticos ou religiosos. Almas já são vendidas e negociadas pela tevê, ao vivo. Os espaços do cemitério também não são de graça. Qual dos dois lados será o mais caro? E o mais bem frequentado? Estas dúvidas ainda vão acabar me matando. De curiosidade. A lógica da mesquinhez do ego subverte até o mais irremediável dos ditos populares: "Todos são iguais na hora da morte". Pergunto: Será?
- Cara você já percebeu que os cemitérios sempre ficam nos lugares mais nobres da cidade?
- Pois é. Já percebeu que há divisões entre os lugares onde são enterrados os judeus e as outras pessoas?
Seguiu o ônibus e fui pensando em divisões, etnias e descanso eterno. A especulação imobiliária cobiça os terrenos, mas ninguém tem coragem de mexer, muito menos de propor, em voz alta, qualquer coisa. Depois de Poltergeist, mesmo não sendo cemitério indígena, poucos ousam. Concluímos que o descanso é eterno também porque nunca hão de construir nada sobre os túmulos. Respeito ancestral ou culpa do Spielberg? Ainda não decidi. O capital não tem antepassados, não tem compromissos éticos ou religiosos. Almas já são vendidas e negociadas pela tevê, ao vivo. Os espaços do cemitério também não são de graça. Qual dos dois lados será o mais caro? E o mais bem frequentado? Estas dúvidas ainda vão acabar me matando. De curiosidade. A lógica da mesquinhez do ego subverte até o mais irremediável dos ditos populares: "Todos são iguais na hora da morte". Pergunto: Será?
6 Comments:
Que nada! Desigualdade social até a morte! (Em Buenos Aires a coisa é mais evidente: ricaço é na Recoleta, o resto é na Chacarita..)
na hora da morte eu não sei.
Mas depois de morto, com certeza.
Os túmulos de famíloia importantes, geralmente, ficam no centro do cemitério. Mais pra periferia descansam os outros.
É piá, a vida é uma selva. Espero que Gotham City não te endureça demais....apenas na medida certa.
Dei uma lida nos seus textos....e não é que você tem talento!
Ganhou mais uma leitora (esporádica, mas quand même!).
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