Recompondo
Abre o olho. Segunda-feira. Porra, como eu cheguei aqui? Onde é que eu estou? Eu lembro de ter falado para o flautista que ele era covarde, se escondia na hora de aparecer. 7:24 da manhã. Eu tô numa água, com certeza. Eu nunca acordaria nesse horário. O negócio foi feio. Deixei metade da cerveja na garrafa. Discuti Lou Reed. A calma com que ele fala “take a walk on the wild side”. Essa calma é de quem conhece. Acho que a gente já conhece um pouco. Cai na noite, mas sem se ferrar. A calma de quem já se ferrou. Hoje, só curte. Sim, vamos pirar, mas presta atenção na voz dele. Ele não se afoba. Teorias sobre a idade de conquistar o mundo. “Agora, se a gente se dana, é querendo, é sabendo, só pela diversão”. Conselhos vários para um futuro filho: respeite o sete cordas e o bumbão. Não sem querer eram os dois únicos com cabelo branco na roda. Assumir o bumbão tem que ter sabedoria, mas, principalmente, malandragem. E o sete cordas é muita responsa para qualquer muleque. É como mulher na mão de menino. Sobra. E agora, o que é que eu vou fazer às sete horas da manhã de uma segunda? A dor de cabeça passa com água e coca-cola, mas a geladeira só tem leite batido e chocolate de ontem. Quem é que estacionou o carro, meu deus?
3 Comments:
Comecei a me preocupar quando acordei num quarto de menina (bonequinhas e ursinhos em volta), a calça suja de terra, um resto de dinheiro no bolso... tirei só os tênis e o casaco pra dormir... Um longo tempo pra descobrir onde eu estava. E lembrar que o carro estava bem longe, onde foi a primeira festa.
PS: A afilhada dormiu num colchonete, na sala.
É disso que estou falando.
A walk on the wild side...
Tá bom, entendi o que me falava sobre a escrita fácil, sr...
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