Crônicas do Coração da Terra
Na fonte cordiforme a água brotava discretamente por sob o solo, fazendo pequenas bolhas entre meus dedos do pé, semi-enterrados na areia cálida. Na clareira, longe do barulho da cidade, meus pensamentos bóiam acompanhando a folha de nogueira que insistia em não afundar, nunca, nem quando confrontada com as pedrinhas jogadas em cima, para matar o tempo. Na simbologia elementar alquímica-meta-física-astrológica-esotérica a água representa a emoção, o sentimento. A fonte encerra, ao mesmo tempo, um sentimento parado e em movimento, uma dualidade que não poderia ser mais perfeita.
Ali, na clareira, eu estava parado em movimento. Gerando para ser represado, brotando para dissipar.
Emoções paradas não deixam de gerar. Durante muito tempo também represei, esticando até o infinito o limite tênue entre o controle e o transbordar. Durante muito tempo estive como a fonte, escondido em uma clareira perto de tudo, mas longe do mundo. Brotei das entranhas, quieto e independente, impassível mas permeável, recolhido e universal. Parte do ciclo. Mas o ciclo se parte um dia, e por isso, sozinho, eu pedia, em reza e rima: qualquer desanteção, faça não.
Ali, na clareira, eu estava parado em movimento. Gerando para ser represado, brotando para dissipar.
Emoções paradas não deixam de gerar. Durante muito tempo também represei, esticando até o infinito o limite tênue entre o controle e o transbordar. Durante muito tempo estive como a fonte, escondido em uma clareira perto de tudo, mas longe do mundo. Brotei das entranhas, quieto e independente, impassível mas permeável, recolhido e universal. Parte do ciclo. Mas o ciclo se parte um dia, e por isso, sozinho, eu pedia, em reza e rima: qualquer desanteção, faça não.
13 Comments:
Tira o "Pode ser a gota d´água". Deixa o resto que é poesia.
alvaro santos
sua fonte é bem mais bonita que a minha cobra, a comer o próprio rabo.
(qdo vem?)
Sugestão bem vinda e aceita, Álvaro.
Fiquei algum tempo em dúvida se colocava ou não a frase, deixando claro o diálogo com a música.
Valeu o comentário.
então fui eu que demorei... soy contra. a frase fechava uma idéia que era do teu texto, e não do chico. não é sempre que uma citação consegue ampliar o sentido do nosso texto e também do original.
pena que você nunca vai deixar teu blog virar um lego dos leitores, se não eu encaixava ela de volta.
...ok, isso foi maldade. eu só gostava dela.
Resolvido!
Esclareço: particularmente, de início, não gostava da frase. Eu a tirei e coloquei algumas vezes antes de publicar o texto. Deixar implícita a referência ou abrir e prover outro sentido?
(Não tenho uma boa resposta)
mas, rapaz! Tire esse parênteses... dá a idéia de sussuro de uma frase que tem que ser, no mínimo, gritada.
o texto estava bom do jeito que estava. Qualquer pequeneza altera sua lógica... e ele tava tão bom... Só não comentei antes porque, realmente, preferi ler o texto algumas vezes mais. Daí a discussão me incitou a escrever qualquer coisa a favor da inteireza do texto tal como ele foi concebido.
então, até agora, tem-se 2 x 1...
bla-bla...
cara chato.
e tenho dito!
Que nada! Ao menos a polêmica, um quanto ausente ultimamente, voltou a freqüentar esse espaço.
ah Vizia...
vc é o REI dos chatos.;)
tirando isso, insone, que vão lá uns dez anos que já sabíamos, tenho que concordar que a polêmica é um gosto. mas veja que neste caso ela foi espontânea!
:)
abraços.
hahahahahahha
perfeita sua observação, poeta, perfeita!;)
sinto saudades dos dois.
bjo
Elogiaremos o original
O astuto ladrãozinho foi mais rápido em roubar, que eu em comentar...
Verdade seja dita: a forma sintética do blog traz, junto com a velocidade, a surpresa de um bonito (belo+bom) texto. Sabe que gosto dos engraçados, talvez pela praticidade do sorriso... Mas esse é de outra espécie! ele me constrange, e em momento algum eu reclamo, e convida para uma nova leitura vizando uma melhor compreensão do real significado que a palavra metafísica ganha com o -.
A beleza das coisas no coração da Terra é que elas podem ser reais, e Platão que me perdoe, mas a copia aqui é a tentativa de imitar o belo, logo: concedam tudo aos artistas! – Gritou o Rei. Mas, majestade, devemos proibir o plágio$ Quem ousa plagiar não é digno do título de artista! Usaremos, então, cicuta$ Não, ele viverá com a vergonha, e ela será suficiente...
Quanto a querela do deixa ou não a citação, pergunta pro chico no futebol, no domingo...
just perfect
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