15 março 2015

Brasil ill ill

Alguma coisa mudou profundamente depois do sete a um. Não sei se foi a índole do país, ou mais um caso de pouca psicanálise, mas o efeito chegou, sem dúvida, até as peladas. Certa noite há três anos ouvi en passant alguém dizer que seria dois mil e doce, dois mil e crazy e dois mil e catarse. Dei risada e ignorei o profético do comentário etílico. Não poderia estar mais errado. Na cabeça.

E se não dá para chapar o ano em fevereiro, pelo menos passou o carnaval. São coisas inquestionáveis, inexoráveis, e não há nada a fazer sobre isso, pelo mesmo motivo que não existe maneira máscula de pedir uma fanta uva. Apenas não há. Vivamos, pois. Os anos não retrocedem, e determinados refrigerantes são comprados no mercado. Simples assim.

Mas o massa de ter trinta é se permitir estar errado, e saber mudar com a direção do vento. Deixar marcas, não rastros. Nessa idade em que você já tomou de bem mais de sete a um da vida, pelo menos resta a certeza de que em algum momento você vai viver mais do que viveu Cristo. O que quer que isso signifique.