13 maio 2006

Sans foi, ni loi, ni roi

Em defesa da sociedade brisei em inverter paradigmas. Pensar o capitalismo por seus extremos. Dentre todas as interpretações fúteis dadas para A arte da Guerra (a pior versão é a para executivos; Ainda esperam suas versões os micro-empresários e os ambulantes), uma frase me chamou a atenção: "Se houve perdedores, a vitória não foi completa". O sr. Tzu, estratega de guerra de uma China duns três mil anos atrás, me incomodou muito tempo com sua frase. A associação do capitalismo com a guerra, neste caso, é menos direta do que parece. Naquela época a guerra tinha lugar e hora para acontecer, e os intervalos eram respeitados. Era uma guerra ética. Limpa. Não arrisco o pacífica, mas fico tentado. Três mil anos depois (a data é chutada), pensei no neoliberalismo americano. A capacidade dos peregrinos de sintetizar é prosaica, só comparável a habilidade da filosofia oriental de resumir grandes questões em metáforas. O neoliberalismo americano pode ser interpretado em sua lógica do one must fall. A frase inteira, no original, prevê que: "It is not enough to win, one must fall." Ou seja, sua derrota é a minha vitória, e esta não seria completa sem uma derrota. Já tentei, mas não dá para considerar Tzu um socilista. Nem a China. Os tigres rugem. Amarelos disfarçados de vermelhos não amarelam. Os peregrinos perseveram. Já não há mais intervalos respeitáveis. A grande guerra se anuncia. Não haverá equador para dividir seus pecados. Seguiremos todos. Sem fé, nem lei, nem rei.

4 Comments:

Blogger quê? said...

Isto me dispensa de escrever qualquer coisa por um bom tempo.

(E este deve ser considerado o melhor elogio que você já ouviu de mim.)

11:54 PM  
Blogger insone said...

proselitismos.
gosto.
bjo

9:12 AM  
Anonymous Anônimo said...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
»

2:52 AM  
Anonymous Anônimo said...

Keep up the good work. thnx!
»

8:15 AM  

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